LABORATÓRIO DE ALQUIMIA DIGITAL
“The Stone can only be found when the search lies heavily on the searcher. – Thou seekest hard and findest not. Seek not and thou whilst find.” (Arthur Koestler, The Act of Creation)
Através dos processos artísticos, certas particularidades de determinada experiência poderão ser modificadas, filtradas, sublimadas, multiplicadas e, por vezes até, auto-geradas. Técnicas de escrita experimental, como a combinatória, o cut up literário ou o fold-in, permitem estender a palavra e, por conseguinte, o texto, além de uma única configuração, acrescentando-lhe múltiplos níveis de significação e de leitura. Também a video arte encontra na apropriação e remistura, um potencial de dilatação dos significados, do próprio meio de significação e da tecnologia que o suporta. Em (DES)CONEXÃO, interface ciberpoética, esta prática alquímica de mediação e de transmutação é assumida para a reflexão sobre o(s) desafio(s) do imediatismo, na experiência de realidade, de nós próprios e do outro. O leitor é chamado a fazer parte da descodificação do artefacto, escolhendo e accionando, em tempo real, os diferentes conteúdos que o compõem.
O ponto de partida é o ponto de chegada: tecnologia primordial, a pedra gera-se de forma cumulativa, processual, embora num tempo completamente oposto ao do imediato trazido pelo digital e sobre o qual se propõe reflectir. Numa busca espiralar e potencialmente infinita, entre quatro estados mais ou menos (in)definidos – #decomposição (nigredo), #modificação (albedo), #separação (citrinitas), #união (rubedo) –, forças de tensão e de dispersão. Entre o todo e as partes, entre o artefacto e o leitor, e entre este e a sua própria percepção – do artefacto, de si mesmo e dos outros.
[Para encontrar a pedra, há que partir(se) (n)o gesto de agarrá-la.]