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Totemtabu: Ensaio gestual-digital poegramado


Se  ensaiar,  enquanto  acto  de  examinar,  experimentar,  exercitar,  estudar,  adestrar,  ou preparar, significa, não só, verificar por meio da experiência até onde pode levar um caminho, como também, medir cada passo (cada gesto) dado em direcção a determi-nado abismo, quanto existe de poema num ensaio? Em simultâneo, se cada poema se apresenta como potencial problema, dado que, no algoritmo que o governa, se (des)vela uma sequência finita de instruções, regras e operações não ambíguas e bem definidas que, aplicadas a um conjunto de dados e num número circunscrito de etapas, conduzem à solução desse mesmo poema-problema, quanto existe de ensaio num poema? Dito de outro modo: pode o algoritmo de um ensaio ser poético? Ou melhor: pode o algoritmo de um ensaio fazer poético? Entre a ordem e o caos que governam a escrita ensaística (literária e/ou computacional), como chegar ao potencial esboço de um ensaio poegra-mado? Que estratégia ou metodologia nos pode valer uma (tentativa de) resposta ou, até, a formulação de uma mera hipótese, sem que o jogo termine mesmo antes de começar?


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Totemtabu: Ensaio gestual-digital poegramado